quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2014.06.06-11 16.º PORTUGAL LÉS-A-LÉS


Mar de descoberta e aventura
O Gabinete de Imprensa 16.º Portugal de Lés-a-Lés

Ondas de aventura e entusiasmo invadiram a mais marítima das edições do Portugal de Lés-a-Lés! Sempre junto à costa atlântica, navegadores dos tempos modernos, que trocaram as caravelas por motos de todos os tamanhos e feitios, de todas as marcas e cilindradas, ligaram Lagoa à cidade de Vila Nova Gaia, com paragem em Peniche e passagem em terras de profunda ligação ao mar. Dos pescadores de Setúbal aos banhistas da Figueira da Foz, passando pelos surfistas das escondidas praias da costa alentejana, de tudo ficou a conhecer a mais extensa caravana de sempre na maior maratona mototurística da Europa, organização da Federação de Motociclismo de Portugal.
Marcado pelo aroma a maresia e pela novidade de um trajeto inovador para a grande caravana, o 16.º Portugal de Lés-a-Lés mostrou, como habitualmente, locais de rara beleza mas, como raramente, bordejados por cativantes paisagens marítimas. Verdadeira ode a um povo de marinheiros e descobridores, desde sempre voltado para o mar, e que foi, finalmente, visitado pelos aventureiros sem medo de adamastores e outros intimidantes monstros, da quilometragem às estradas nem sempre em boas condições, antes oferecendo marés de diversão e descoberta, ondas de fraternidade e prazer de condução ao longo de fim de semana intensamente vivido.
Das praias de Lagoa ao Cais de Gaia, com vista privilegiada sobre o centro histórico do Porto, mais de 1300 mototuristas deram corpo a aventureiro passeio que visitou os cabos Sardão, Espichel, Carvoeiro e Mondego, mas também a Fóia, a dura subida onde os melhores ciclistas marcam a diferença; Zambujeira, terra do maior festival musical de verão; Porto Covo, afamado pela voz melancólica de Rui Veloso; serra da Arrábida, marcada por deslumbrantes paisagens; Óbidos, onde a história é transmitida de forma intensa; Figueira da Foz, com o belíssimo areal e a refrescante serra da Boa Viagem; Costa Nova e as típicas casas coloridas; e a Ria de Aveiro, com emaranhado de canais e esteiros. Locais únicos – entre muito outros verdadeiramente deslumbrantes... – que marcaram a edição de 2014 do passeio ímpar que pretende mostrar um Portugal diferente, longe dos roteiros turísticos mais massificados, em contacto mais próximo da natureza. E, assim, proporcionar caleidoscópio de sensações intensas em cenário sem paralelo para juntar o prazer de viajar de moto e descobrir um País único, para aliar os valores de diversão e camaradagem, de liberdade e fraternidade. Com prazer acrescido pelos caminhos escolhidos, optando por estradas nacionais, municipais e até caminhos de terra batida, em detrimentos das pouco interessantes autoestradas, SCUT’s, Itinerários Principais ou Complementares, em viagem que pretende recordar as deslocações de tempos idos.
Prólogo de intenso aroma a maresia
Preparativo para a grande aventura, o prólogo pelo algarvio concelho de Lagoa começou por deixar pistas claras do que seria o 16.º Portugal de Lés-a-Lés, com trajeto curto mas riquíssimo em pequenas, recortadas e escondidas praias e esplanadas onde se mataram saudades e colocou a conversa em dia. Afinal, esta grande aventura proporciona, como nenhum outro, (re)encontro de amigos em palco de eleição, com locais de intensa beleza natural e histórica. Foi o caso, este ano, de Estômbar ou Ferragudo, de vincadas origens árabes, ou do Carvoeiro, onde os imensos turistas não perderam o ensejo de fotografar tão colorido e heterogéneo pelotão de duas rodas. Tempo ainda para apreciar os primeiros dos muitos prodígios da natureza, sublinhados ao longo das 48 páginas do elucidativo e divertido «road-book», mesmo quando a paisagem assentava nos muitos hotéis e condomínios que ocupam boa parte do reino dos algarves, pensado para os que procuram o sol em praias tão acolhedoras como Benagil, Marinha, Senhora da Rocha ou Albandeira. Areal minúsculo onde os elementos do Moto Clube de Albufeira deram corpo ao primeiro dos 16 controlos secretos de passagem, que atestam o cumprimento da totalidade do trajeto de cada Lés-a-Lés.
A fuga à capital e o regresso dos franceses
Prólogo que foi pequena preparação para a intensa etapa que levou a caravana da Praça do Auditório de Lagoa até ao porto de pesca de Peniche, em ligação de 524 quilómetros marcados pelo aroma a maresia e por muitos e fáceis caminhos de terra batida, forma única de descobrir algumas maravilhas da costa portuguesa, mantidas em estado quase virgem graças a essa menor acessibilidade. Momentos de verdadeiro deleite para os sentidos, desde as magníficas curvas que levaram o pelotão ao alto da Fóia, o ponto mais alto do Algarve com os seus 902 metros de altitude, de onde foi possível apreciar o cabo de S. Vicente, separação das costas oeste e sul do litoral algarvio, mas também o espetacular Autódromo Internacional de Algarve, sob olhar atento do MC Albufeira que aqui montou animado quadro agrícola em local de controlo secreto. Em dia de paragens muito curtas, passagem pelas praias do Carvalhal e dos Alteirinhos rumo à Zambujeira do Mar onde o bucolismo de outrora só pode ser apreciado fora da época dos festivais.
Antes de Vila Nova de Milfontes, Ilha do Pessegueiro e Porto Covo (onde teve lugar a única passagem de um curso de água deste ano, em ribeirinho que mal deu para molhar os pneus...), tempo para uma paragem mais prolongada – afinal sempre foram 15 minutos! – no Cabo Sardão onde estava montada a primeira de várias aprazíveis áreas de descanso. Verdadeiros oásis montados pelos principais patrocinadores do evento, da Lusitânia Seguros à BP, passando pela BMW/Bomcar, Michelin, Nau, Honda e Yamaha, onde foi possível tomar um café, beber uma água fresca, petiscar qualquer coisa e até carregar os telemóveis! Paragens em locais estratégicos como o Sardão, onde também a natureza marca pontos, sendo aqui possível apreciar o único ponto de nidificação marítima das cegonhas em território europeu. A que se juntou, sempre que possível, a animação dos postos de controlo, como o do Moto Clube do Porto, na pequena aldeia de Paiol, onde «mulheres de vida fácil e outras de vida ainda mais sofrida», ora vendendo o corpo ora comercializando legumes, atestavam a passagem dos participantes de quem arrancavam enormes gargalhadas.
Menos interessante o desvio da orla marítima, rumo a Setúbal e depois na passagem ao largo Lisboa, fugindo às demoradas e imprevisíveis travessias por ferry-boat e da interdição às pequenas «cinquentinhas» das pontes da capital, obrigando a desvio alternativo por Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer. Após o almoço em Setúbal, a magnífica subida da serra da Arrábida ajudou à digestão, com paragens curtas em praias como a Figueirinha e dos Galápagos, de águas azuis em contraste com a densa vegetação de arbustos baixos, refúgio excelente para grande diversidade de fauna e único ponto litoral português onde nidifica a grande rara águia-de-bonelli. Motivos de interesse acrescido na viagem até ao Cabo Espichel, com os elementos do MC Cezimbra a registarem a passagem pelo local, enquanto o MC Varadero/Crosstoures apoiavam o oásis Honda que ajudou a saciar a sede, enquanto a sede de paisagens era mitigada em locais fantásticos junto ao mar, com passagem por Sesimbra e Meco. Depois do Montijo, para fugir à confusão de Lisboa, passagem agradável por Alcochete, onde ninguém parece ter descortinado flamingos ou outras aves limícolas ficando-se pelo gado bravo que pasta nas herdades pelo pica do MC Convento de S. Francisco, e bem menos interessante por Vila Franca de Xira. Valeu a surpreendente descida até Arruda dos Vinhos, com inusitadas paisagens marcando entrada na região Oeste, acolhida por interessante Feira Oitocentista em terra que tanto sofreu com a política da terra queimada, em 1801, aquando da 3.ª Invasão Francesa. E com soldados gauleses vestidos a rigor, lado a lado com vendedeiras e frades, pedintes e nobres, artistas e artesãos, rapidamente se esgotou o tempo previsto para a paragem na terra liderada pelo mais jovem presidente de câmara do País.
Torres Vedras e a homenagem a Joaquim Agostinho na passagem à porta de casa do mais mítico ciclista português de todos os tempos preparam a caravana para a visita à praia Formosa e Santa Cruz, onde os desportos de ondas trouxeram mais fama dos que as 22 espécies e subespécies de sargo que por aqui se pescam. A terminar o dia e logo após o controlo nas Termas do Vimeiro, a cargo dos Motards do Ocidente, estrada elegante e tranquila, batizada de Vítor Norte em homenagem ao ator que uma vez mais marcou presença no Portugal de Lés-a-Lés, levou o pelotão até Peniche, com passagem pela Lourinhã e pelo Cabo Carvoeiro. Carismática península da nossa costa que marca espécie de fronteira climatérica, com constantes referências dos meteorologistas que separam o tempo a norte e azul deste local, de onde é possível avistar a Ilha da Berlenga, primeira área protegida de Portugal, criada por decreto do rei Afonso V, que lá proibiu a caça em 1465. Apontamento histórico acompanhado da última marca do dia, feita pelos elementos da FMP, antes de um jantar de fazer honra as tradições piscatórias de Peniche, deixando os participantes particularmente satisfeitos com tão frescas sardinhas assadas.
A fauna marinha na mais curta etapa de sempre
À partida para a segunda etapa, a mais curta de sempre do Lés-a-Lés com os seus 321 km, o tempo fresco ajudou a despertar os mais madrugadores a saírem desde o palanque montado no porto de pesca de Peniche, com algumas nuvens e até uns pingos de chuva que não diluiriam as promessas de diversão no Litoral Norte. Dia de forte intensidade turística, em percurso completamente inédito na aventura proposta pela Federação de Motociclismo de Portugal, rolando sempre junto ao mar, e lagos, passando por refrescantes estradas florestais e rias. Dia que começou pela visita ao Cabo Carvoeiro, em espetacular safari fotográfico, e à antiga ilha do Baleal que a natureza ligou ao continente por tômbolo de areia que criou ótimas condições para a prática do surf, ali nascendo, em 1993, a primeira escola nacional para a prática da modalidade.
Daí até Óbidos foi um saltinho, armazenando memórias de um praia lindíssima antes de regresso à história de Portugal, com receção real a cargo dos Motards do Ocidente em cenário condizente bem no centro da vila medieval conquista por Afonso Henriques aos mouros. Claro que a passagem por Óbidos não ficaria completa sem a visita à famosa Lagoa – onde o oásis Lusitania Seguros albergava mais um ponto de controlo a cargo da FMP, antes da passagem pela foz do Arelho rumo a S. Martinho do Porto apreciando a baía criada entre as serras do Bouro e da Pescaria. E daí, por mais caminhos de terra que afastam os domingueiros e preservam a calma, visita às praias da Gralha e do Salgado, com a Nazaré já no horizonte, para descobrir como se forma a famosa onda gigante, tornada famosa pelo surfista Garret MacNamara. Em dia de muitas paragens, tempo para aceitar mais um convite para uma bebida em S. Pedro de Muel, outro para estrear a nova sede do Moto Clube Motabout, de Vieira de Leiria e outro para relaxar no Oásis Bomcar, nas margens da Lagoa da Ervideira.
Paragens para ganhar apetite para o almoço, na Figueira da Foz, dona da mais larga praia da Europa e do mais antigo casino da Península Ibérica, com digestão feita na subida da Serra da Boa Viagem e passagem pelo majestoso Cabo Mondego, em direção à Lagoa da Vela onde a Yamaha oferecia uma água bem fresquinha e os Motogalos de Barcelos garantiam mais um furo na tarjeta, em cenário decorado a rigor. Deixando para trás as belíssimas curvas da Boa Viagem, as rápidas e aprazíveis estradas de Mira levaram o pelotão ao extremo sul da Ria de Aveiro, uma das mais belas zonas húmidas de Portugal que se estende por 45 quilómetros até Ovar. Tempo para apreciar o cordão dunar até à típica Costa Nova onde a Nau, fabricante português de capacetes brindava os participantes com um oásis, permitindo paragem aproveitada também para fotografar as coloridas casas, antigos palheiros, que são ex-líbris da Costa de Prata.
Apesar de Gaia estar cada vez mais perto, o Lés-a-Lés não podia desperdiçar oportunidade única para visitar Aveiro, terra de salinas, ovos-moles e moliceiros. Inconfundíveis barcos, decorados com painéis religiosos, profanos ou etnográficos, ainda que sejam os de humor malicioso os mais fotografados. Curta passagem urbana porque era preciso tempo para descobrir os caminhos da ria, um dos melhores momentos desta travessia de Portugal Continental à moda antiga, passando entre amieiros e salgueiros até ao cais de Estarreja através dos percursos cicláveis que compõem a CicloRia. Ambiente único que motivou paragem no Cais de Pardelhas onde o MC de Estarreja aconchegou o estômago aos motociclistas. Porque isto de andar de moto, abre o apetite...
Torreira, S. Jacinto, Cortegaça, Esmoriz, a Lagoa de Paramos e Espinho foram nomes que marcaram novo troço da Lés-a-Lés, qté à Estação Litoral da Aguda onde os elementos do Moto Clube do Porto montaram o último controlo e ajudaram a aparcar as motos para interessante visita à bem conseguida sala de aquários, mostrando as espécies como se estivéssemos a descer em profundidade. E assim apreciar os congros, peixes-porco, moreias, lavagantes, pargos, raias e polvos antes da estrada litoral de Gaia que, ao longo de 9 quilómetros de praias de bandeira azul, levou a longa comitiva até ao palanque final. Sendo o tempo de espera, para que cada equipa pudesse tirar a foto da praxe e gozar o momento único, aproveitado, pelos outros, para apreciar a Ponte Luís I ou a inconfundível Ribeira do Porto. Final em beleza do 16.º Portugal de Lés-a-Lés, aventura de contornos únicos este ano fortemente marcada pelo mar e pelas praias, pelas falésias e arribas e claro, pelo intenso aroma a maresia que perfumou o maior evento mototurístico da Europa.


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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

2014.05.10-11 - POR TERRAS VICENTINAS (MR MOTARDS DO OCIDENTE)

Mototurismo descontraído, por terras de Gil Vicente

António Costa - Comissão de Mototurismo da FMP


O 18º Troféu de Moto-ralisTurísticos Michelin/BMW da FMP, seguiu até ao concelho de Sardoal, um dos concelhos do Médio Tejo, nos passados dias 10 e 11 de Maio. Os Motards do Ocidente, proporcionaram excelente e inesquecível passeio, por esta bonita região, com tanto para conhecer e apreciar.
Gil Vicente que pelo seu profundo conhecimento de Sardoal, terá nascido por estas terras, serviu de inspiração a este passeio que procurou de forma diversificada e bem planeada, levar a caravana composta por 25 equipas e cerca de quarenta mototuristas, a conhecer e a deliciarem-se com o que de bom esta região tem para oferecer.

Entre provas de azeite, mel, solidariedade e folclore
Do Parque Urbano Ribeirinho de Abrantes – Aquapólis, nas margens do Tejo, sob um sol radioso, partiu a animada e sempre divertida caravana, para mais um moto-rali turístico, à procura dos cantos e recantos deste nosso belo Portugal, com os seus usos e costumes e legado histórico.
Depois de algumas perguntas, das muitas que foram propostas aos participantes, a primeira paragem deu-se nos Moinhos de Entrevinhas. Este belo conjunto, de onde se tem uma bonita vista panorâmica, foi adquirido e reabilitado pela Junta de Freguesia de Sardoal que também se associou a esta passeata, serviu de cenário à prova do bom azeite da região. O tradicional destacou-se naturalmente do industrial.
Avizinhava-se a primeira prova. De cântaro à cabeça, foi-se imitando outros tempos, em plena e simpática praia fluvial da Lapa, onde se encontra a capela rural da Nª Sª da Lapa. Como sempre muita galhofa e boa disposição que acompanhou todo o moto-rali.
Com a prevista baixa do nível das águas da Barragem da Lapa, foi possível fazer um interessante troço fora de estrada, a puxar pelas habilidades de condução, seguindo depois até à Associação de Assistência e Domiciliária de Alcaravela.
Os Motards do Ocidente dedicam-se desde há muito tempo às questões da solidariedade. Conforme o pedido aos participantes, cada um deu o seu donativo em géneros alimentícios, a este Centro de Dia de apoio a idosos. Aqui provou-se o bom mel e apreendeu-se um pouco mais, sobre as laboriosas abelhas que o produzem.
O primeiro sector chegava ao fim, a caminho do almoço na Associação de Criatividade Social de Monte Cimeiro, onde se fez mais uma prova, desta vez com carrinhos de rolamentos. Ainda bem que ninguém teve de soprar no balão. A prova da boa aguardente local, acompanhada de saborosos figos, foi um excelente aperitivo.
Ninguém imaginava o que vinha a seguir. Durante o almoço, o Rancho Folclórico os Resineiros de Alcaravela, com as suas danças e costumes e a irreverência da malta mototurista, criaram momentos de pura diversão. Que festa!!

Visitas pelo bom vinho e doçaria, passando pela história e cultura
O segundo sector, começou de forma relaxada e em caravana, para as visitas programadas, começando pela Quinta do Vale do Armo, nome que curiosamente provém de parte do instrumento que tece o linho, a roca e que noutros tempos também aqui se produziu, o famoso fio. Provou-se o vinho, depois de se saber como é produzido.
Os sempre animados mototuristas, foram calorosamente recebidos na Cooperativa Artelinho. O artesanato em vime, linho, olaria e tecelagem, são algumas das riquezas de Alcaravela, desenvolvidas por esta instituição. Aprendeu-se a tecer, a fazer as saborosas tijeladas e o pão caseiro. Difícil foi mesmo ter de partir, depois de degustar estas fantásticas iguarias.
Logo de seguida e antes de voltar ao road-book, uma relaxante paragem, nos espaços verdes do mercado de Santa Clara. A Junta de Freguesia de Alcaravela também deu o seu apoio e a malta agradeceu o lanche. Que bom que era mas a fome era pouca. Caravana sempre bem alimentada e hidratada.
Mais perguntas para responder na Igreja de Alcaravela e de novo na estrada para seguir na direcção do bonito centro histórico de Sardoal, com paragem junto ao Centro Cultural Gil Vicente e visita guiada à Igreja e Convento de Santa Maria da Caridade, datada de 1571. Guiados por quem sabe muito do historial e pormenores dos edifícios que marcam a história de Sardoal, assistiu-se a uma das melhores explicações, até de restauro.  
A Vila de Sardoal, possuiu um rico património histórico, arquitectónico, religioso e étnico. Chegados à Praça da República, com o seu Pelourinho, foi tempo de estacionar as motos e aprender a fazer Leques de Palha.
Seguiu-se um pequeno passeio pedestre pelas encantadoras  e floridas ruas de Sardoal, já premiadas. A Igreja Matriz e da Misericórdia encerram vários motivos de interesse, uma vez mais bem explicados, por quem domina a riqueza dos pormenores destes locais de culto.   
A encerrar da melhor maneira este segundo sector, foi a soberba representação de Gil Vicente, por alguém que domina a arte, num cenário digno da foto de grupo que se seguiu.
Rumou-se em caravana até ao hotel, para estacionar as motos e seguir para o jantar no restaurante do Aquapólis, nas carrinhas cedidas pela Câmara Municipal de Sardoal que também apoiou o moto-rali.
O jantar foi aproveitado para fazer o balanço deste preenchido e interessante primeiro dia, confraternizar e dar a conhecer quem estava à frente da classificação, desta 1ª etapa. O Rui e a Vera do Góis Moto Clube eram os mais regulares.
Depois da boa disposição ao jantar e para a maioria, foi mesmo regressar para o merecido descanso. O segundo dia prometia a continuação de mais actividades.

Toada calma, para a degustação de néctares premiados e produtos regionais
Depois de uma noite calma e reparadora, deu-se início a partir do hotel, à segunda etapa do moto-rali.
A Quinta do Côro, um simpático e típico espaço rural recebeu muito bem os mototuristas, para mais uma visita guiada. Antes ainda mais um jogo tradicional, bem divertido.
A quinta possui, um pequeno e interessante museu Agroindustrial, onde se degustou vinhos premiados com medalhas de ouro, em concursos internacionais, sinal do crescimento da qualidade dos nossos vinhos. Deliciosos produtos regionais, compuseram esta excelente visita.
A paragem seguinte, por percurso pitoresco, foi na frondosa Fonte das Três Bicas. Segundo a tradição, o terramoto de 1755, criou a nascente que alimenta esta fonte de água bastante férrea. Em 1888 produzia por minuto 100 litros de água. Diz a lenda também que quem beber água pelas três bicas casará no Sardoal. Por sinal parece que ninguém o fez.
O final do passeio deu-se na Quinta dÓliveiras. Um espaço moderno e muito acolhedor, com o seu bonito jardim e lago.
Após o bem servido almoço, foram anunciados os vencedores da segunda etapa do 18º Troféu de Moto-ralis Turísticos Michelin/BMW da FMP.
A regularidade que caracteriza os moto-ralis turísticos, foi levada muito a sério, ao ponto de haver duas equipas empatadas. O desempate ao abrigo do regulamento, foi feito dando a vitória à equipa que tinha apenas um elemento.
Assim, em terceiro lugar, ficaram o João e a Conceição Pimentel, do Clube Varadero Crosstourer Portugal e em segundo o João e a Carla Krull, do Moto Clube de Albufeira.  
No primeiro lugar do “pódio” e com o mesmo número de pontos mas apenas com um elemento, o irreverente e divertido Vitor Olivença.
A fechar com chave d´ouro, um momento emocionante. O Pedro Alves, presidente dos Motards do Ocidente pediu em casamento a Luísa. Grande animação na sala, com votos de muitas felicidades aos noivos.

E terminou assim este excelente passeio mototurístico. Estão de parabéns os Motards do Ocidente.

As fotos estão no seguinte link:

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sábado, 23 de agosto de 2014

2014.04.25/27 - CAMINHOS DO CONTRABANDO

Um dia algures no princípio do ano, fomos surpreendidos com o convite para os “Caminhos do Contrabando”, organizado pelos amigos do MC Porto, para o feriado do dia 25 de Abril, com a base em Castelo de Vide. Que grande confusão, não vos parece? Explicando: em boa hora o Ernesto Brochado e os seus companheiros, tiverem a ideia de, ao não efectuarem este ano o seu habitual motorali, substituírem essa actividade por um novo formato de passeio motociclístico, com 3 dias de duração. Achamos interessante e resolvemos aderir. Assim decidimos ir picar o ponto inicial a Évora, no dia 25 de Abril, pelas 10h, tendo rolado calmamente pela EN4, até ao ponto de encontro, onde deparamos com um original pórtico, por onde tínhamos que passar e que originou a curiosidade de todos os passantes, especialmente quando se começaram a juntar mais motos, nomeadamente os animados marafados do MC de Albufeira. Parecia os bons velhos tempos do rally de Monte Carlos, com várias partidas de capitais europeias (Lisboa chegou a ser uma delas). Foi com os companheiros algarvios, que rolamos até Castelo de Vide, onde chegamos cerca das 12h, para o sensacional ponto de encontro, bem no centro (onde tinha sido a chegada duma etapa do LaL do ano passado). Fomos buscar a documentação e umas agradáveis senhas (5) que podíamos usar em diversos bares, devidamente assinalados, para ir picando e bebendo, começando logo ali com um delicioso pratinho de feijão. Ao nosso grupo, quem se juntou? O Vinagre e a São. Estava o baile armado, como podem imaginar. Rapidamente as senhas se esgotaram, mas a sede continuava a imperar (ou melhor…a imperialiar). A tarde foi entrando, assim como a inegável boa disposição, especialmente quando ao grupo original se juntava mais amigos, tipo Gil Alcoforado e Clara, Victor Alexandre, Luis Amaral e mulher, João Krull e Carla, não esquecendo o simpático Presidente da edilidade, que nos proporcionou bons momentos de riso, com as suas anedotas. A ajudar ao riso, não nos podemos esquecer das garrafas de ginja “The Famous Grouse”. Pelo final da tarde havia um passeio, pelas redondezas, para ver o pôr-do-sol em diversos miradouros. Teve que ser um passeio feito muito calmamente…….pois, estão a imaginar, não estão? Houve até quem optasse por ir dormir, pois as pestanas estavam muito pesadas……ehehhehehe.
Para descrever globalmente as festas, socorro-me do texto seguinte, cujos escribas, são os mesmos que nos brindaram com esta magnifico fds grande.
“…À Descoberta de sucesso absoluto
Os sorrisos e aplausos no almoço final, no aprazível espaço da barragem de Póvoa e Meadas, foram a prova inequívoca do enorme sucesso da primeira edição do passeio À Descoberta – Castelo de Vide 2014 - Caminhos do Contrabando. Conceito mototurístico inovador que confirmou a validade da aposta do Moto Clube do Porto em fim de semana de diversão e gastronomia, de paisagens e condução, de história e... liberdade.
Conhecer em pormenor uma região, esmiuçar a paisagem de ambos os lados da fronteira na busca das rotas contrabandistas, procurar e interpretar sinais que tornaram Castelo de Vide importante marco na história do judaísmo em Portugal e descobrir o peso geoestratégico da vila alentejana na consolidação da Nação. Pontos de partida para passeio em moldes pioneiros que atravessou ainda os verdejantes azinhais das Terras de Alcântara até às graníticas paisagens da Beira Baixa, passando pelas bem conservadas aldeias da espanhola Serra da Gata. Tudo num dia pleno de emoções, de enorme intensidade mototurística, com estradas que exponenciaram o prazer de andar de moto, sempre com tempo suficiente para transformar cada uma das diversas paragens em momento de agradável convívio, apaladado com petiscos da gastronomia local.
Mas a inovação de um evento que primou pela diferença, pela atenção dada a cada pormenor e a todos os detalhes, começou nos quatro Pontos de Partida Simbólica, montados no Porto, Conímbriga, Constância e Évora, de onde 222 mototuristas partiram em resposta ao desafio lançado pela Câmara Municipal de Castelo de Vide, aproveitando o revolucionário feriado de 25 de abril, para usufruir de viagem em absoluta liberdade. Forma de ampliar o prazer de viajar desde a porta de casa, integrando os motociclistas desde o primeiro momento até à chegada à Sintra do Alentejo. Onde a animação começou de imediato, com uma Ronda das Tascas que permitiu aconchegar o estômago com petiscos ao longo dos vários estabelecimentos aderentes, recuperando forças para a interessante visita ao centro histórico castelo-vidense. A passagem pelo castelo medieval de planta quadrangular e uma história que remonta aos desaguisados entre os filhos de Afonso III, D. Diniz e D. Afonso Sanches, na disputa pelos direitos de sucessão, foi forma de melhor conhecer tão importante marco. Apoiados no conhecimento de quem sabe, com guias que juntaram enorme simpatia ao absoluto profissionalismo, os turistas (sem moto) passearam ainda pela judiaria, com visita à antiga sinagoga e onde as casas com portas de estrutura gótica ogival denunciam as habitações onde viveram os cristãos-novos, com tempo ainda para visitar a muito adequada exposição dedicada a Salgueiro Maia, herói de Abril nascido em Castelo de Vide. Tudo a tempo de voltar a agarrar na moto para visitar um dos mais interessantes miradouros sobre o vila, apreciando desde o alto de Nossa Senhora da Penha, um tranquilo e muito agradável fim de tarde antes do jantar de boas vindas e, claro, o Concerto Sons de Abril, condizente com a data. Ocasião para por a conversa em dia e antecipar a intensa jornada mototurística prevista para o dia seguinte...
Prazeres intensos
No programa de sábado 423 quilómetros, para cumprir calmamente, apreciando em todo o esplendor primaveril as marcantes paisagens raianas... Ou melhor, aquelas que o denso nevoeiro deixou entrever, reduzindo o brilho dos primeiros quilómetros que muito rapidamente levaram a caravana a entrar em Espanha. Nevoeiro e chuva fraca em reforço de um ambiente que, roubando espetacularidade ao passeio, devolveu em dobro no aspeto misterioso, reforçando mística que envolvia os contrabandistas que, em tempos de maiores apertos, por aqui faziam pela vida, calcorreando serras e vales, fugindo da Guarda Fiscal como o diabo da cruz, carregando às costas o fardo que prometia aligeirar o peso de uma vida muito dura. Homens rijos e pouco faladores, que caminhavam de noite para iludir a vigilância, e dormiam de dia, em pocilgas, para disfarçar o cheiro e enganar os cães que a Guarda Fiscal treinou para tentar encontrar os seus rastos. Mote essencial de todo o passeio, sem esquecer a carga histórica da região, como na passagem por Valência de Alcântara onde o Rei D. Manuel I de Portugal, o Venturoso, desposou Isabel, filha dos Reis Católicos de Espanha. Ou para descobrir que, nos bem tratados azinhais das terras de Alcântara são alimentadas mais de 300 mil porcas criadeiras para uma produção anual de 10 milhões de presuntos Pata Negra. Da bolota que alimenta os suínos, passagem para uma fauna onde proliferam as cegonhas pretas, os grifos ou águias imperiais ibéricas, motivo de conversa durante a pequena pausa para reforço alimentar ao início da manhã, junto à majestosa ponte romana de Alcântara, não sem antes fotografar o não menos imponente Mosteiro de S. Benito de Alcântara.
Ainda com o sol escondido acima de denso manto de nuvens, lá subiu o pelotão à Serra da Gata até à deliciosa aldeia de Robledillo de Gata, plena de motivos de interesse arquitetónico e... gastronómico. O almoço volante foi opção por todos aplaudida permitindo comer de forma rápida, sem confusões e com um convívio que um repasto à mesa dificilmente permitiria. Torre de D. Miguel, Villamiel ou San Martin de Trevejo foram alvos de visita mais atenta, alcançados sempre por estradas excelentes, bem asfaltadas, e sempre com a petisquice a estimular o apetite, provando sabores únicos ao mesmo tempo que se ouviam histórias do tempo do contrabando do café, da carne, do toucinho, dos figos ou das boinas, preparando o regresso a Portugal.
E até o sol se rendeu à festa
Já com o sol por companhia, as colinas de montados, olivais e estevais que emolduram as aldeias graníticas da Beira Baixa receberam os sempre bem-dispostos mototuristas, prontinhos para mais uma paragem gastronómica, desta feita na aldeia-museu de Idanha-a-Velha. No forno comunitário, tempo para provar os boleimes, de original receita judaica, ou os borrachões, bolo típico confecionado com azeito, vinho e aguardente, sabores que acompanharam os aventureiros nas rápidas estradas que marcaram a passagem da Beira Baixa para o Alentejo, em troços entusiasmantes repletos de curvas apetitosas rumo a Nisa. E daí até ao regresso a Castelo de Vide, atravessando parte do Parque Natural da Serra de São Mamede, onde os sorrisos rasgados mostravam o entusiasmo de um dia de forte pendor mototurístico, apoiado pela empresa Antero e pela BMW Portugal.
Boa disposição que emprestou excelente ambiente ao jantar e a momentos de relaxe no centro de Castelo de Vide, preparando uma manhã de descontração absoluta, em passeios de gaivota, atividades ao ar livre no Parque Aventura, ou na Rota Megalítica, mostrando a curiosa Anta dos Pombais ou o Menir da Meada, o mais alto da Península Ibérica. Aperitivo para animado almoço nas margens do lago formado pela barragem de Póvoa e Meadas, com a tradicional fotografia de grupo a marcar o ponto final da primeira edição do À Descoberta – Castelo de Vide 2014 – Caminhos do Contrabando com promessa de continuidade em 2015….”
Uma palavra final para referir que este modelo está super aprovado, pela tranquilidade e prazer que nos proporciona. As refeições volantes foram excelentes e muito bem distribuídas. Parecia que cada vez que o estômago dava horas, a organização nos brindava com um respasto, realçando a MAGNIFICA! Paella em San Martins de Trevejo. Uma outra palavra, para o nosso companheiro (pendura!! J ) da viagem de sábado, o Vinagre e a São, que ao virem estrear a máquina nova, muito alegraram a nossa viagem, embora tenha aprendido muitas palavras “estranhas”, durante todo o dia….ahahah.
No último dia depois do almoço na paisagem da Barragem de Póvoa e Meadas, o regresso foi calmo, rolando em conjunto com um grupo de amigos, até casa, com paragem em Nisa e Couço, já que o calor apertava e assim podíamos desfrutar melhor do passeio.

Uma última palavra: Parabens MC Porto!!
As memórias fotográficas do passeio, podem ser vistas em:

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

2014.04.12/13 - Fim de semana por Fátima

Na continuação dos nossos passeios mensais, fomos até Fátima. E porquê Fátima, perguntam vocês? Como cada maluco tem a sua ideia, a nossa é de que cada vez que temos uma viatura nova, passamos com ela em Fátima – não que sejamos católicos praticantes, mas pelo sim, pelo não, mais vale prevenir. Como temos a Gabriela, perdão, um Mini de 1982, recentemente adquirido à minha irmã e que sempre foi uma carro da nossa família, lá tínhamos um bom motivo para ir passear até Fátima. Como somos sortudos, eis que muito perto da data da ida, somos brindados, com uma bênção dos Minis, organizada pelo Clube Mini de Portugal, do qual a Gabriela faz parte, no dia 13 de Abril…..em Fátima!! Melhor seria impossível, até porque já havíamos previamente reservado esse fim de semana, para a grande passeata com o Mini (para um carro de 32 anos, ir a Fátima, já é uma aventura).
No sábado dia, 12, levantamo-nos fresquinhos, um belo duche, malinha feita, chave na ignição; chave na ignição…..ups!; chave na ignição……e a magana não quis trabalhar. Ainda tentamos alguns truques, mas a mesma disse que não trabalhava e então resolvemos não arriscar. A ideia era ser um calmo fds, de preferência indo e voltando na mesma viatura. Como devem imaginar, bufei, disse 427 palavrões (mais coisa, menos coisa) e fui perguntar se a Sigonha (Honda Varadero, para os mais distraídos) nos levava a Fátima. Ela saltou do seu descanso central e disse: buga!!.
Assim com um atraso de mais de uma hora saímos para o nosso destino, de uma forma tranquila, pela EN118, passando por Benavente, Salvaterra de Magos, Benfica do Ribatejo, Almeirim…..umh!! Almeirim, tem sopa da pedra e esta história da ignição do Mini, além de me irritar…deu-me uma fome, do tamanho da raiva (e da tristeza), pelo que decidimos ir almoçar ao Pinheiro – para nós o melhor restaurante de Almeirim. Mas como um azar não vem só, estava fechado, pelo que descemos um pouco a rua e fomos ao David Parque, onde nunca tínhamos ido. Foi uma agradável surpresa, pelo serviço a bela sopa da pedra e uma deliciosa açorda de camarão, com vinho da casa, café e uns queijinhos frescos de entrada, tudo por 19,20€. Será uma bela alternativa ao Pinheiro.
Arrancamos calmamente, seguindo por Santarém, apanhando a EN3, em direcção a Alcanena, onde fizemos uma paragem obrigatória na Igreja onde nos casamos em 1994. Tempo de matar saudades, passar pela enorme casa onde vivemos e que boas recordações nos deram. Seguimos caminho, embrenhando-nos pela serra de Aires e Candeeiros, em direcção a Fátima, onde chegamos cerca das 17h. Fomos directos ao belo hotel que nos esperava: Hotel Estrela de Fátima, mesmo em frente da Basílica. A recepção, foi super agradável, explicando-nos tudo e entregando-nos os vouchers para a visita às grutas da moeda (que ficaria para o dia seguinte). Ao chegarmos ao quarto, deparamo-nos com uma bela garrafa de frisante rosé e um apetitoso prato de fruta fatiada. Que belos miminhos. Depois de arrumar a Sigonha na garagem (neste primeiro dia rolamos 131 kms), ainda demos uma pequena volta pelo Santuário e sua envolvente, mas decidimos voltar ao quarto, para degustar a fruta e o vinho e descansar.
Pelas 20.30h, dirigimo-nos ao restaurante, onde nos serviam o jantar (incluído no pacote do hotel, mas sem bebidas). A sala estava cheia e como não tínhamos feito reserva (tinham-nos dito na recepção, que não era necessário), ficamos quase uma hora à espera de jantar. Como detesto esperar para comer, fomos dar um pequeno passeio a pé, para abrir o apetite. Quando regressamos, forma muito atenciosos, pela nossa paciência e deram-nos uma boa mesa. O jantar era buffet e foi muito agradável, regado com uma com um tinto da casa Ermelinda de Freitas, Quinta da Mimosa. Depois de jantar tempo de ir desfrutar do Santuário by night. Foi muito giro, a noite estava fresca, mas suportável, com algum nevoeiro, o que permitiu belas fotos.
No domingo, acordamos com um belo sol e depois do pequeno-almoço, demos uma última caminhada, antes de rumar às grutas da Moeda. Ainda passamos pelo hotel onde estavam os minis (que pena….). Na chegada às grutas que distam cerca de 2 kms de Fátima, tivemos oportunidade de entabular conversa com garbosos proprietários de minis, que lá estavam, tendo sido um momento agradável de troca de experiências, viagens e vivências. O guia que nos levou pela visita que dura cerca de 40mns, foi excelente: simpático, conhecedor e com uma capacidade de nos entusiasmar por esta beleza natural, que é propriedade privada, muito bem cuidada, embora com alguns artificialismos, que se entendem, pelo prazer e emoção que nos proporcionam. Excelente jogo cromático, que nos entusiasma. O guia no final ainda nos ciceroniou, extra visita, pelo Centro de Interpretação Cientifico-ambiental, extremamente rico e bem organizado – embora estivesse fechado ao público para reorganização. No final tempo para comprar uma garrafa de abafadinho local. O regresso foi feito bem pelo interior da serra em direcção, passando por Alqueidão da Serra, Porto de Mós, Alcaria, Alvados, Mira de Aire e Minde. Como o estômago já dava horas, decidimos para perto da Zibreira, no Cabaças, que nos serviu um belo almoço. Um agradável espaço, com um toque gourmet, serviço simpático, umas entradas muito apetitosas, rebatido com sopa e frango na brasa (à moda da Guia). No final um café, tudo por 24,99€.

Já orientados para o regresso a casa, pedimos ao GPS, por nos levar por calmo caminho. E não é que ele nos fez a vontade? Uma “estradinha bem de interior” fabulosa e pitoresca, que nos levou por São Vicente do Paúl, Vale de Figueira, vindo terminar na ponte antiga de Santarém, na EN114. Depois foi o habitual trajecto até Santo Estêvão, tendo no total dos dois dias percorrido 270Kms. Significa que gastamos cerca de 16lt de combustível, as refeições mencionadas e o voucher da Groupon, que incluía dormida, jantar e entrada nas grutas, tudo por 59€ (mais 18,80€ de extras no hotel). Foi um fds 3B´s (bom, bonito e barato). Até breve, num passeio perto de si.
A memória fotográfica está em:

quinta-feira, 5 de junho de 2014

2014.03.29/30 - MOTO-RALI VINHAIS (MOTOCRUZEIRO)


Para fazer este moto-rali até Vinhais, percorremos 1.121Kms, que nos levaram a uma zona muito bonita, num autêntico moto-gastronomia (esqueçam lá o moto-rali), simpáticamente organizado pelo Miguel do Motocruzeiro de Bragança e a sua dedicada equipa.
Para narrar o passeio socorro-me da prosa, muito bem escrita pelo Pai (Ernesto Brochado da FMP):
Sob a batuta do esforçado Miguel Sampaio, 37 equipas de todo o país, constituindo um animado de grupo de cerca de 60 mototuristas, deliciaram-se pelos soutos e carvalhais do Nordeste Transmontano. E regressaram deste fim de semana de 29 e 30 de março de barriga cheia de paisagens e… presunto, alheira, chouriça, queijo, carne…
Para o Guinness… à mesa
De facto, o que faltou em surpresas organizativas, cuidados e requintes mototurísticos, pormenores de road-book ou interpretação da paisagem, encarnação das gentes, usos e costumes, etnografia e arquitectura tradicional, entre muitos outros items desta tão querida actividade motociclística, sobejou em comida e mais comida, algumas das vezes servida em bonitos ambientes de aldeias transmontanas.
Pouco após a partida da sede do MotoCruzeiro, no sábado de manhã (um dia muito tristonho, por sinal mas que nunca beliscou a disposição dos participantes), os mototuristas começaram-se a aperceber da incrível simplicidade do road-book, do quão naif eram os “controladores” mas que, em contrapartida, de 30 em 30 minutos havia paragens para comer, de aldeia em aldeia. Foi assim todo o santo sábado que, para além do almoço e jantar, teve mais 5 lanches! Ou seja, se contarmos com o pequeno-almoço, neste dia tivemos 8 (!) refeições!
Moto-rali em caravana
Então o que aconteceu? Os participantes, de muitos motoclubes, mudaram o chip, alhearam-se das poucas e fáceis perguntas colocadas, esqueceram tempos, difíceis de cumprir devido aos atrasos causados pela comida que ia aparecendo à mesa para surpresa até do próprio clube organizador, juntaram-se em grandes grupos e foram gozando as fantásticas estradas de Montesinho, esquecendo autenticamente o facto de estarem num moto-rali pontuável para o troféu FMP.
E assim foram felizes no fim de semana.
O tempo chuvoso não ajudava à fotografia, mas os rijos e escarpados vales do Rio Rabaçal ficaram na retina de todos. Encostados à fronteira espanhola, os motociclistas conheceram excelentes estradas, novas ou arranjadas, que quebram agora o isolamento de aldeias como Casares, Espinhosela, Parâmio, Tuizelo, Santalha, Gestosa e Lomba, Dine, Fresulfe e Mofreita. Isto só para referir as cujas Juntas de Freguesia apoiaram o evento.
A maioria são terras belíssimas onde já se começa a recuperar a varanda, a fachada, o portão tradicional em contraponto à descaracterização que sofreram em décadas idas. Combatendo a desertificação, jovens voltam e apostam no turismo, recuperando casas e aldeias e deixando nos mototuristas a vontade do regresso, mal possam.
Foi isto a mais valia deste moto-rali.
Soltem o javali
Mas houve mais.
Após um sábado em que a organização narrou uma data de lendas locais, dando ideia de que este moto-rali se poderia chamar “As Mouras de Bragança”, o domingo trouxe ensinamentos:
a comprida, interessante e divertida visita guiada ao Parque Biológico de Vinhais mostrou a fauna e flora local e a importância de não causar desequilíbrios no sempre frágil ecossistema que nos rodeia, tão importante para o bem estar da humanidade. Passa-nos pela cabeça ir praticar mototurismo em zonas industriais e rios poluídos?
O Parque Biológico de Vinhais é uma obra inspirada no seu congénere de Gaia, mas com as adaptações próprias para Trás-os-Montes. Inclusivamente tem casinhas de madeira para receber o visitante. E foi aí que dormiu metade da caravana, entre javalis e corços. Um luxo, adormecer ao som da coruja-do-mato.
O domingo ainda traria outra surpresa: a Lorga de Dine, uma gruta natural habitada por antepassados e agora por morcegos incomodados pela nossa presença nas imediações desta bonita aldeia transmontana.
Resumo: grande passeio pelo Parque Natural de Montesinho. Regressamos a casa mais gordos e satisfeitos. Para o ano lá estaremos novamente, mesmo sabendo que o MotoCruzeiro não vai evoluir em nenhum aspecto organizativo. Deixem-se estar assim que tem clientela!
No pódio final, em Mofreita, Fernando e Carla Silva regressaram às “vitórias”, secundados pelo Tomás Reis e Marco Dias, graças à tentativa de regularidade entre tanta comida e com muita sorte à mistura devido às constantes alterações de horários.
As fotos do evento podem ser todas vistas em:

https://plus.google.com/photos/117846960715278019029/albums/6021371674849894129?authkey=CJCuirqg39b9cA

terça-feira, 22 de abril de 2014

2014.03.01 - Mina de São Domingos

Este passeio era suposto ser com a Sigonha (Honda Varadero), mas devido a arreliador toque no fds passado em Alcochete, que lhe danificou o radiador e um pouco da carenagem, teve que ficar no Sr. Doutor J  Assim viemos com a Núria (Renault Megane). Por um lado acabou por ser mais confortável, pois estava chuvoso, ventoso e frioso (existe esta palavra?). Saímos calmamente, sempre em EN, seguindo por Vendas Novas, Montemor, onde tomamos um pequeno-almoço no Intermarché (mas muito desagradável, pela qualidade e pela proximidade da porta), Évora, Portel, até à primeira paragem na barragem do Alqueva. A barragem estava cheia, mas o frio e o vento imperavam. Dali seguimos em direcção a Moura, uma terra que adoramos, pelos momentos que os amigos do Moto clube local, sempre nos proporcionam e onde nos estreamos nas lides mototuristicas. Como já não era cedo, decidimos almoçar por aqui. Sem referências,
encontramos a Chaminé e em bom momento escolhemos. Um simpático e agradável restaurante que nos proporcionou um bom repasto, com uma deliciosa entrada, bacalhau à brás para mim e gratinado para a Ana, molhado com um tinto da Quinta da Tomina e rebatido por uma deliciosa aguardente Herdade dos Machados. Preço justo (35€) por uma boa refeição, servido num sítio muito agradável e com um serviço eficiente. Passamos pela sede do MC mas estava fechado…deviam estar na sesta. Seguimos viagem, apreciando a bucólica paisagem alentejana, com as suas cores fortes, em direcção a Pias, onde fotografamos mais um apeadeiro de uma linha ferroviária abandonada. Continuamos viagem, passando pela ribeira de Enxoé, Serpa, em direcção ao Pulo do Lobo (lado este). O curso de água estava bem forte, o que proporcionou excelentes imagens – embora tivesse começado a chuviscar e a ficar nevoeiro. Com a tarde a escurecer, era tempo de seguir até Mina de São Domingos, onde íamos pernoitar no Hotel São Domingos, excelente edifício recuperado do complexo mineiro de Corte Pinto. Era o edifício dos Ingleses, da direcção e que agora é um simpático hotel, carregado de história, com uma parte nove e uma piscina exterior. Neste primeiro dia percorremos 262Kms, com uma média de 63kms. Jantamos no hotel, mas desiludiu. Muita parra e pouca uva, com um serviço mediano. Valeu o ambiente, onde se destacava um antigo fogão a lenha, impecavelmente recuperado.

No Domingo, começamos o dia com um bom pequeno-almoço, seguido de uma sessão de fotos ao hotel, para mais tarde recordar. O dia continuava cinzento, mas sem chover…para além de uns salpicos esporádicos. Demos um pequeno passeio por Mina de São Domingos, incluindo a sua igreja e a bonita praia fluvial, bem cheia de água e motorhomes, quase todas elas de estrangeiros. Já dei uns belos mergulhos nesta praia no passado e é excelente. Depois fomos até Corte do Pinto (isto em brasileiro, é motivo de risota…rsrsrsr), seguindo depois até ao Pomarão,Clubefashion, que incluía o jantar (sem bebidas, que custaram um extra de 8€), que custou 63,50€. Foi um tranquilo passeio, por zonas muito bonitas. Valeu!!
que era onde os Ingleses faziam a mudança do comboio para os barcos, que levariam o minério até ao fim do Guadiana e depois para Inglaterra noutros barcos maiores. É um bonito local, com o Guadiana, como palco, com uma enorme estrutura do guindaste, mas que ainda está carregado de simbologia. Começamos o nosso regresso, passando e parando em Mértola, que está muito gira e bem-apessoada, com um enorme monumento dedicado à capital nacional da caça. Decidimos reabastecer a Núria e quando estávamos de saída da bomba, passa por nós um simpático casal numa VFR amarela…era o Luis Galego e a sua mulher; o mundo é mesmo pequeno e serviu para dois dedos de conversa, com estes amigos de Sintra. Seguimos depois pela EN 122, em direcção a Beja, onde pensamos almoçar, mas sem sucesso. Resolvemos continuar na busca de um restaurante simpático. Passamos por Ferreira do Alentejo, mas não descobrimos nada. Decidimos seguir pela EN2, em direcção ao Torrão e em boa hora decidimos, porque ao passarmos em Odivelas, descobrimos a Albergaria o Gato, que mesmo cerca das 15h, nos serviu um belo repasto no restaurante, sem pestanejar (e ainda chegaram pessoas depois de nós e todas foram recebidas com um sorriso). Por cerca de 29€, tivemos um belo queijo de entrada, uma deliciosa carne de porco à alentejana, sobremesa, café e um jarro de vinho tinto. Ainda compramos uns roupões da albergaria; e sabem porquê? Albergaria nossa, dos Gatos…eheheh. Depois deste belo almocinho viemosvia Alcácer do Sal, Águas de Moura, Pegões e Santo Estêvão. Percorremos no total 523kms, a uma média de 65kms (sempre em EN) tendo consumido cerca de 25lt de gasóleo. Para o alojamento usamos um voucher do Clubefashion, que incluía o jantar (sem bebidas, que custaram um extra de 8€), que custou 63,50€. Foi um tranquilo passeio, por zonas muito bonitas. Valeu!! As fotos estão neste link:

https://plus.google.com/photos/117846960715278019029/albums/6004935212056010401?authkey=CICm9IyN6K6DQw

sábado, 19 de abril de 2014

2014.02.03 - Terrugem / Belém, Lisboa / Alcochete

Os amigos dos Motards do Ocidente propuseram-nos o seu 1.º Passeio do ano, uma calma voltinha com ponto de encontro na Terrugem, visita ao Museu da Marinha em Lisboa e terminar em Alcochete, para almoço e convívio com os amigos do Grupo Motard do Convento de São Francisco, Alcochete. Estando o desafio aceite, saimos cedinho em direcção à Terrugem, numa tranquila viagem com um solinho radioso, embora com temperaturas baixas.
Na Terrugem, encontramos um animado grupo, com vontade de "mototurismar". Foi-se juntando um grupo razoável em quantidade, mas superior em alegria, boa disposição e camaradagem. Foi tempo de degustar um pequeno almoço caseiro, uma vez que foi todo produzido pelos sócios dos Motards do Ocidente.
Já com os estômagos mais reconfortados, foi tempo de arrancar em caravana, calmamente até Lisboa, rolando pela Serra de Sintra, Guincho, Cascais, seguindo depois pela marginal até Lisboa, para arrumarmos as meninas no parque interior do Museu da Marinha.
Ao Museu veio juntar-se outra caravana oriunda dos companheiros do Convento de São Francisco, para a visita conjunta. Já à muitos anos que não visitava este Museu e foi uma agradável redescoberta. Excelente e grande espólio sobre o tema náutico, com grande amplitude temporal, muito bem conservado. Depois de uma introdução inicial, por um elemento da Policia Maritima, cada um teve a liberdade de andar por onde desejou e demorar-se onde mais lhe agradava. Aliás na parte final foi visível a dificuldade em reunir a malta para sairmos, novamente em caravana, para o Samouco, onde nos esperava, diante de uma bela paisagem, um choquinho frito. Foi um almoço rodeado da habitual galhofa, tendo terminado com algumas mensagens do Presidente Pedro Alves e a apresentação do próximo passeio, com carácter solidário.
Depois houve uma pequena passeata por Alcochete, tendo terminado em São Francisco, na bonita e confortável sede dos amigos do Convento.
Regressamos na companhia do Pedro Morais e da Milai, que seguiam para Arrão, Montargil. Foi um passeio muito tranquilo, não fosse ter amachucado um radiador, ao fazer uma manobra estúpida: estacionar em frente a um pilarete metálico, mais baixo que a dianteira da mota - imginam o que aconteceu quando saí...consegui enfiar o pilarete ente a a barra de protecção e o quadro, "dobrando" o radiador do lado esquerdo. Nada de muito grave, que não originou queda e permitiu regressar com a mota a casa, mas vai obrigar à sua substituição, por precaução. Andamos cerca de 200kms e que teve um custo de 14€ por pessoa, com o almoço incluído. As fotos do passeio, podem ser todas vistas, atarvés deste link:

https://plus.google.com/photos/117846960715278019029/albums/6004124733600025681?authkey=CIbNrJavyOKRdQ